terça-feira, 7 de setembro de 2010

O primeiro passo para fazer funcionar o tal “destino”, é construi-lo, seja pela escolha e pelo projeto, ou seja pela abstenção e o deixar-se ir na corrente dos acontecimentos. Sao dois os caminhos.
Por incrível que pareça e por mais difícil que seja entender, levando em consideração que, alem de não vivermos numa redoma, estamos constantemente vulneráveis a acontecimentos de inúmeras naturezas que sim, fogem do nosso controle, somos os únicos responsáveis e possuidores do domínio de nos mesmos. Se eu pudesse desenhar o destino idealizado, ele seria um paraíso no qual eu me limitaria a plena felicidade e a sensação de liberdade, uma liberdade rebelde, ultrapassando hábitos que me prenderiam a rotinas, comodismo e uma vontade nem um pouco inibidora de partir para o mais além,dentro e fora de mim. Essa é a exata ilustraçao da Fabiane, de 7 ou 8 anos, que ainda controla alguns dos meus impulsos e ambições (se é que ela sabe o que é isso). A Fabiane adulta, .adquiriu experiência suficiente para entender que liberdade não está associada a negação de tudo e todos, e principalmente a negação pela negação. Liberdade é uma coisa, e ouvir “não” é outra. Nunca ouvir “não” pode nos prender num vazio sem fundo.
O “não” deve ser tão respeitado quanto o “sim”. A diversidade de opiniões e o respeito pela diversidade devem, antes de mais nada, existir dentro de nós. E assumo, não existia ate algum tempo atrás dentro de mim mesma. Com o passar do tempo e novamente, experiências adquiridas, aprendi a não violentar nem anular a diferença dos outros, e descristalizar meus modelos de perfeição, liberdade e opinião. So depois desse grande passo, dei a devida importância a minha legitimidade, dos meus sonhos e das minhas verdades. Fazer o destino funcionar, consiste em assumir essa legitimidade, respeitar as negações (observá-las e entende-las), e aí sim, o clichê de não aceitar a passividade de quem vive a espera que a vida aconteça.
É fundamental que esteja viva aquela de 7 ou 8 anos, pois ela é o espelho da inocência e deslumbramento do meu olhar que hj, a menos de 1 mes dos 26, é insubmisso, arredio, crítico e sem nenhuma chance de recuar diante dos compromissos, avançar nas tentaçoes e numa comodidade bastante proveitosa e sedutora.
Eu sou o meu destino, eu sou o que aprendi e consegui unir a minha imagem, caráter e genetica. Porém, aceito a sorte e o azar, e não cabe a mim evita-los. Eu encaro de frente, eu os somo, e eles darão sentido ao que, no final do meu percurso, poderei chamar de destino. E eu sei que no final das contas, na conclusão desse meu projeto “VIDA”, eu não terei sido nada mais nem menos do que quis e pude ser. As fatalidades sao reais, mas alguma coisa me faz acreditar que os meus 26 anos sao mais fortes do que a inevitabilidade. E esse é o meu projeto em contruçao....os próximos 25 ou 60 anos sao absolutamente mutáveis, e talvez eu não me identifique tanto com esse projeto, e aí eu volto ao assunto da liberdade...e ao real sentido dela. Aos 7 ou 8 era assim, as vésperas dos 26 é assado, e aos 80 pode não ser nada disso, mas eu serei uma so Fabiane. Legitima.